Aproximar o público do contato com os livros é o objetivo principal da 54ª Feira do Livro de Porto Alegre. Tradicionalmente realizada no entorno da Praça da Alfândega, no Centro da capital gaúcha, a feira é uma das mais antigas do País e, nesta edição, acontece de 31 de outubro a 16 de novembro. Com o tema “Ler enriquece”, o evento projeta a comercialização de cerca de 450 mil exemplares, tomando como base a edição de 2007. “No ano ado esse foi o número registrado de livros vendidos e, em 2008, pretendemos mantê-lo”, disse o presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), João Carneiro. 5v5e59
Apesar de problemas com o ree de recursos financeiros para a realização do evento por meio das Leis de Incentivo à Cultura (LIC), tanto estaduais quanto federais, as expectativas são positivas. “Trabalhamos com um orçamento geral de R$ 2,4 milhões nesta edição. Apesar de alguns contratempos, nenhum setor da feira foi prejudicado, todos oferecerão a melhor qualidade para quem se fizer presente”, explicou Carneiro. O presidente da CRL destacou a adequação do tema da mostra ao atual momento econômico. “A campanha acerta na escolha do tema, pois apesar das turbulências na economia mundial, só se cresce/enriquece através do conhecimento e esse só é adquirido por meio dos livros”, detalhou, reforçando a qualidade do acervo desta edição. “Os visitantes terão à sua disposição um mix variado de títulos e obras para todos os bolsos e gostos. Então, quem vier até aqui encontrará 167 opções entre livrarias, expositores, distribuidores e creditistas”, acrescentou.
Representante dos livreiros na CRL, Vitor Zandomeneghi explicou a importância de realizações como esta para o mercado editorial. “Trata-se de um evento consolidado que representa a aproximação do empresário do ramo com o público leitor”, disse. Ele lembrou que Porto Alegre tem um dos melhores índices de leitura do País. “Um dos grandes responsáveis por este índice é a Feira do Livro. Um dado importante é que ela não acontece somente nos 17 dias do evento propriamente dito. Os livreiros iniciam toda uma movimentação antes e após o término da feira, oferecendo descontos e outras vantagens, estreitando sua relação com o leitor”, completou. “Sabemos hoje que de 25 a 30% dos participantes não vai à livraria, mas vai à feira. Então, é preciso criar situações que propiciem a continuidade desta atitude”, salientou. Zandomeneghi informou ainda que o mais interessante é que, mesmo aquelas livrarias que não expõem na feira acabam fazendo promoções em seus acervos e oferecendo descontos nesta época.
Este ano o patrono do evento é o escritor Charles Kiefer. Graduado em Letras, ele é mestre em Literatura pela PUC-RS e trabalhou como editor na Editora Mercado Aberto, de Porto Alegre. O poeta e ensaísta é mais conhecido por sua produção ficcional de romances como Valsa para Bruno Stein (1986) e A face do abismo (1988), além de contos como Dedos de pianista (1989) e a novela O pêndulo do relógio (1985), que lhe concedeu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Durante o encontro desta manhã, Kiefer falou sobre suas frentes de trabalho na feira. “Acredito na democratização da escolha do patrono por meio do voto popular. Além do mais, considero essencial buscar alternativas para reduzir o preço dos livros”, disse.
Com toda a programação disponível e atualizada diariamente no site www.feiradolivro-poa.com.br, a 54ª Feira do Livro de Porto Alegre contará com uma área de 25 mil m², dos quais 15 mil são cobertos. Durante os 17 dias de evento ocorrerão 796 sessões de autógrafos e 56 oficinas. Serão 649 autores/especialistas que participarão de 276 eventos entre mesas-redondas, oficinas, programação artística e encontros com o livro, sendo 36 de fora do País. Para a área infantil e juvenil, 120 escritores e ilustradores farão a festa da garotada.
