O ingresso da Feira do Livro de Frankfurt dá direito ao uso do metrô durante o período do evento, mas ainda assim decidi novamente caminhar até lá. 6l3r4l
Estava um solzinho gostoso e um vento gelado que cortava o rosto de leve, queimando as bochechas. Peguei um café para esquentar de dentro pra fora e fui andando sem pressa, sentindo o clima de livros da cidade e tropeçando em frases como essas:


O Business Club em si, como o próprio nome sugere, é reservado e pensado para negociações: mesas, poltronas, cafés... É de certo um ambiente agradável e tranquilo e que cumpre a que se propõe. Mas não é onde quero ficar. Não é lá que a Feira acontece. E cheguei ávida para explorar cada canto desta feira.
Comecei pelo Pavilhão 5, onde assisti à palestra Publishing and the climate crises, que trouxe à tona o debate sobre como e o que publicar sobre a temática do clima e meio ambiente em diversos países de culturas diferentes. Uma coisa é certa: o assunto está em alta novamente!
Neste mesmo pavilhão, visitei o estande do Brazilian Publishers, que reúne diversas editoras brasileiras para negociações comerciais. O espaço está amplo, grande, organizado, bonito e especialmente repleto de editoras brasileiras! Ótimo ponto de encontro com os colegas do mercado e um delicioso cafezinho brasileiro.
ear pelo Messe é como caminhar em um grande aeroporto, desses de agem, que recebem voos do mundo inteiro. Os pavilhões são terminais, interligados por arelas e esteiras rolantes, onde os profissionais do livro são ageiros com pressa para não perderam a hora do embarque, conexão ou, no caso, da próxima reunião.



E o desafio é tentar absorver a dinâmica de um espaço como este, repleto de veteranos, que preenchem as agendas com encontros importantes com pessoas do mundo inteiro.
Minha grande companheira do dia hoje foi a Carol Rocha, vencedora do Prêmio Especial do Jovens Talentos, que não é novata no evento como eu, mas embarcou no mesmo ritmo de visitante e não profissional compromissada. Juntas eamos pelos corredores lotados e a assistimos ao CEO Talk, onde CEOs de veículos da imprensa mundial (incluindo o PublishNews) sabatinaram a Kelly Luegenbiehl, vice-presidente de originais internacionais da Netflix.


Além disso, para ela, as editoras e a Netflix tem em comum a tarefa de dar vida às narrativas: "Quando olhamos para o mercado do livro vemos parceiros e quanto mais colaboração, melhor. Definitivamente não vemos a indústria editorial como um competidor", afirmou.
Ao término do evento, o clima (atmosférico mesmo, rs) tinha mudado bastante: foi um perrengue chique caminhar na garoa fria e vento gelado para chegarmos a outro pavilhão.

A partir daí, foi só Happy Hour!
Para encerrar o dia no evento, eu, Carol Rocha e mais dois Jovens Talentos que, a esta altura, já haviam se juntado a nós: Raquel Menezes e Diego de Oxóssi; seguimos para a Young Talent Reception, onde os vencedores de todos os países participantes se reúnem em uma cerimônia informal para se conhecerem, conversarem, fazerem networking e tomarem um vinho. Foi um momento de descontração e bastante divertido.

De volta ao hotel, percebi que embora eu tenha andado muito o dia todo e diversas coisas sem parar, me sinto muito menos cansada do que em dia de Bienal do Livro, por exemplo. Talvez seja aquela leveza de estar como convidada, sem nenhuma obrigação real de fazer negócios. Ainda assim - e acho que justamente por isso - boas oportunidades surgem. E estou agarrando todas elas!
* Talita Camargo é jornalista, produtora editorial e livreira. Fundou com a irmã - Carol Camargo - a 2Books Distribuidora, é também gestora da Livraria do Comendador e foi eleita como um dos Jovens Talentos da Indústria do Livro em 2019. Essa é a sua primeira Feira do Livro de Frankfurt.