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Os pequenos pingüins de concreto que decoram a marquise da tradicional choperia Pingüim, de Ribeirão Preto, parecem olhar fixamente para as praças Carlos Gomes e XV de Novembro, no centro da cidade paulista. Se enxergassem, estariam vendo durante esta semana uma movimentação diferente – e literária – entre os canteiros e árvores destas praças ribeiropretanas. Trata-se da 4ª edição da Feira do Livro de Ribeirão Preto, evento que, inspirado na Feira de Porto Alegre, configura uma das quatro feiras de livro mais importantes do Brasil e uma das maiores do mundo a céu aberto. Espalhada por um espaço de 16 mil m², a feira recebeu um público de 285 mil pessoas em 2003 e cerca de 290 mil livros foram vendidos.
A cerimônia de abertura do evento - que aconteceu no dia 18 de junho, em plena praça XV de Novembro - contou com a presença e discursos de diversas personalidades do mundo editorial. Oswaldo Siciliano, presidente da CBL, enfatizou a importância do evento em sua fala. "A Feira está totalmente consolidada e é um exemplo para todos os municípios do País", declarou. Em seguida, Roque Jacoby, Secretário da Cultura do Rio Grande do Sul, observou que estavam ali presentes três presidentes ou ex-presidentes da CBL, referindo-se a Raul Wassermann e Armando Antogini, além, é claro, de Siciliano. "Isto nunca aconteceu em Porto Alegre", afirmou, referindo-se à tradicional feira de livros da capital gaúcha.
A presença de Jacoby explica-se pela homenagem que os ribeiropretanos prestam neste ano ao Rio Grande do Sul e ao escritor Érico Veríssimo, além da Itália. O Coordenador do Programa Fome de Livro, Galeno Amorim, discursou representando o ministro Gilberto Gil. "Ribeirão Preto tem ensinado que é possível investir em cultura e bibliotecas públicas", afirmou Galeno, que já foi Secretário de Cultura da cidade e foi responsável por muitas das iniciativas de incentivo à leitura criadas na região. Galeno reconheceu a inspiração portoalegrense do evento: "Porto Alegre foi uma feira irmã onde fomos conhecer e aprender com seu bom exemplo." A Feira do Livro mantém suas tendas nas praças de Ribeirão Preto, sob o atento e incansável cuidado dos pingüins do Pingüim, até o dia 27 de junho.
[Carlo Carrenho viajou a convite da organização do evento.]
